Crônicas de Dandara

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

12/04/2009 JUDEUS/MULÇULMANOS/EVANGELICOS...


Muitos fundamentalistas judeus, muçulmanos e mais recentemente, evangélicos, costumam se posicionar sobre as causas dos conflitos no Oriente Médio como desdobramentos de rixas e discórdias bíblicas entre os povos da região e os hebreus, sempre no sentido


pontar a impossibilidade de uma paz duradoura, já que esta só viria com a vitória final (bíblica ou corânica)de um dos povos sobre o outro. Seguindo esta linha, trechos do Velho Testamento são usados para demonstrar uma natureza divina da posse da Palestina (Canaã) pelos judeus e, seu direito sagrado de tomar e defender a terra, bem como uma proteção mística que tornaria Israel invencível. Radicais muçulmanos igualmente sustentam como condição para a paz na região a "extinção do Estado de Israel" e a expulsão dos judeus da região. Claro está que todos lançam mão das passagens dos livros sagrados que mais servem aos seus interesses político-religiosos e preferem esquecer-se de outros que apontariam não para uma guerra sem fim entre árabes e israelenses, mas para a possibilidade da convivência pacífica entre ambos. Ora, vejamos. A tradição religiosa, consolidada tanto na Bíblia quanto no Corão, atribui a Abraão a origem de ambos os povos. A história é bem conhecida. Deus (Alah) revelou-se a Abraão já em idade avançada e prometeu-lhe uma descendência numerosa, com reis e príncipes. Sara, sua esposa, duvidando da promessa, permitiu que ele deitasse com a escrava Agar e dessa união nasceu Ismael. Posteriormente, Sara também teve um filho que foi chamado de Isaac. Uma aparente disputa pelos direitos de herança levou Sara a pressionar Abraão a expulsar Agar e Ismael de sua tribo. Abandonados no deserto, Deus revelou-se a Agar reafirmando a sua fidelidade a promessa feita ao patriarca e que ela e o rapaz sobreviveriam e este seria o chefe de uma grande nação. De Ismael descendem, assim, de acordo com a tradição, os povos árabes.. Aquele último ritual junto ao monte Hebron nos lermbra dos perigos dos muitos fundamentalismos, de como os atuais conflitos árabe-israelenses tem mais a ver com o mundo moderno do colonialismo, do petróleo, da razão de Estado. E como um genuíno amor a Deus ou a Alah, como queiram, leva ao perdão, ao diálogo e à tolerância, além de celebrar liturgias em comum.

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